...
- Então, isto é... o paraíso.
- Paraíso. Terra Natal, Colheita, Terra do Verão – ele falou entusiasmado – Você escolhe o nome.
- É um país? Um estado?
Ele sorriu.
- Um estado de mente.
Olhei para o céu.
- Nenhum anjo – falei, consciente de que falava meio sério, meio brincando.
Albert riu e perguntou:
- Consegue imaginar algo mais incômodo do que asas presas às suas costas?
- Então, eles não existem? – De novo, senti-me ingênuo por perguntas, mas estava curioso demais para reprimir a pergunta.
- Eles existem se alguém acredita neles – disse, confundindo-me de novo – Como falei, é um estado de mente. O que diz aquele ditado que você tem pendurado na parede? “Aquilo em que você acredita torna-se seu mundo”.
Tive um sobressalto.
- Você sabia sobre isso? – perguntei.
Ele moveu a cabeça.
- Como?
- Explicarei em um minuto. Mas agora gostaria apenas de lembrar que o que você pensa torna-se seu mundo. Você pensava que isso implicava-se apenas à Terra, mas se aplica ainda mais aqui, pois a morte é um redirecionamento da realidade física para a mental – um ajuste para campos mais altos de vibração.
Eu tinha uma idéia do que ele falava, mas não tinha certeza. Acho que isso estava estampado no meu rosto pois ele sorriu e perguntou:
- Achou obscuro? Pense deste modo então: a existência de um homem muda quando ele retira o casaco? Ele também não muda quando a morte remove o casaco do seu corpo. Ele ainda é a mesma pessoa. Não é mais sábio. Não é mais feliz. Não é melhor. É exatamente o mesmo. A morte é meramente a continuação em outro nível.
Livro – Amor Além da Vida de Richard Matherson.
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